obs:

O título desse blog é infeliz, mas só reparei depois. "Anti-país dos petralhas" dá impressão que sou contra os "petralhas" (como Reinaldo Azevedo se refere ao PT). Não, eu quis dizer que sou contra o Reinaldo e seu livro "O país dos petralhas".
É tão infeliz quanto uma pessoa de direita ser contra Marx e botar "Anti-O capital" e as pessoas acharem que a pessoa é anti-capitalista...
Bem, temos de conviver com os nossos erros né?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Colunistas querem reconstruir o muro de Berlin (sobre "McLanche Infeliz" de Luiz Felipe Pondé)

Ontem vi uma notícia que me fez abrir um sorrizinho: o McLanche feliz foi proibido em algumas cidades dos EUA por incentivar a associação entre comida e brinquedo e assim contribui para a obesidade infantil.

O meu sorrizinho se deve à lembranças de um bate-boca virtual que tive com Pondé, colunista da Folha e professor da Puc-sp (aliás felizmente nunca o encontrei nos corredores da universidade).
O Pondé, como sempre, reclamava das pessoas "chatas" que se preocupam com a saúde e dando suas típicas pitadas para dizer que as pessoas chatas preocupadas com as militâncias em geral (seja militância pela saúde, ecologia, cidadania, política, etc) representam o atraso esquerdista e tal. Pois bem, agora que o McLanche Feliz foi proibido em cidades dos EUA, estamos vendo que tal proibição não partiu de um país influenciado pelos "soviéticos" (leia o que ele escreveu sobre "caixotes soviéticos").

Vai ficar longo, mas vou postar aqui a íntegra do debate, desde o artigo que ele publicou na Folha em setembro de 2009, passando por um artigo que fiz em resposta, a nossa troca de farpas (e-mails) e finalizando com a notícia recente da proibição de McLanche Feliz.

Divirtam-se.

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McLanche Infeliz
por Luiz Felipe Pondé
(extraído de http://toma-mais-uma.blogspot.com/2009/09/luiz-felipe-ponde-mclanche-infeliz.html)

"Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança". Benjamin Franklin

Pobre família. Esmagada entre teorias sobre seu fim ou sua transformação em mera empresa que gera jovens consumidores e gestores de carreiras, a família se despedaça sob a bota da instrumentalização da vida. Perdoe-me o leitor por contaminar sua segunda-feira com palavras de horror. Sou obrigado a fazê-lo.

E mais. Pais atormentados por mudanças que desqualificam seu lugar de homens despencam num abismo de sensibilidades, no fundo indesejadas por suas parceiras. Mães espremidas pelas obrigações advindas da emancipação de sua condição de mulher, ameaçadas pela solidão de quem aposta demasiadamente nas propagandas de sucesso pessoal, no fundo apavoradas como sempre estiveram pela deformação de seus corpos diante do desejo ávido masculino por mulheres cada vez mais jovens. Homens e mulheres acuados pela imensa montanha de idealizações.

A dependência de especialistas em como educar filhos se torna mais aguda do que a dependência do sexo, do álcool ou do tabaco. Bom o tempo em que tudo que temíamos era a luxúria dos corpos que ardiam na escuridão dos quartos. A insegurança de cada passo mostra seus dentes diante dos filhos que crescem ao sabor de um mundo que se torna cada vez mais exigente e, por isso mesmo, mais cruel. A associação entre demanda de sucesso e crueldade parece escapar aos especialistas na vida bem sucedida.

O fracasso é o pai do humano que se quer humano. Eis o maior de todos os impasses. Alguns praticantes das ciências parecem analfabetos tolos diante desta máxima e, por isso, repetem alegres suas crenças bobas nos instrumentos do progresso. Enganam-se, em sua infância intelectual, quando pensam que nós, céticos desta Babel, amamos o sofrimento, quando na realidade sabemos apenas de sua inevitabilidade como condição da humanização. É uma ciência da inevitabilidade do sofrimento que falta a estas almas superficiais que ainda chafurdam nas crenças do século 18.

Esses chatos, montados em suas análises jurídicas, sociológicas e psicológicas, atormentam a família, que fica perdida em meio a uma ciência moralista que tem como uma de suas taras a intenção de provar a incompetência dos homens e das mulheres na labuta com suas crias. Agora esses chatos decidiram que vão mandar nas compras de sucrilhos e nas idas ao McDonald's.

Tomados pelo furor da lei, esses puritanos querem ensinar padre-nosso ao vigário, assumindo que os pais precisam de tutela na hora de comprar comida para seus filhos. Nada de bonequinhos, nada de brindes, apenas embalagens feias como caixotes soviéticos. Daqui a pouco, vão proibir mulheres bonitas nas propagandas e as gotas de cerveja que escorrem por suas saias curtas. Riscarão do mapa carros que desfilam homens charmosos. Uma verdadeira pedagogia do horror como higiene do bem.

O problema com este higienismo é que ele pensa combater em nome da liberdade, mas, na realidade, restringe ainda mais a liberdade, esmagando-a em nome desta senhora horrorosa que se chama "cidadania". Esta senhora, que tende ao desequilíbrio quando se faz cheia de vontades, nasceu sob o sangue da revolução francesa, e dela guarda seu gosto pela humilhação. Deve, portanto, permanecer sob "medicação", porque detesta o homem comum e sua miséria cotidiana que carrega nossa identidade mais íntima. Sob a égide da defesa do bem comum, ela, quando investida da condição de rainha louca da casa, amplia o sentido dessa "coisa pública" elevando-a a categoria de uma geometria moral da intolerância.

Deixe-nos em paz com nossos filhos mal educados, com maus hábitos alimentícios, viciados em televisão e computador, aos berros para ganhar o McLanche Feliz. A negação da liberdade vem acompanhada da afirmação do que é a liberdade certa. Liberdade sempre pressupõe o desgosto e uma certa desordem indesejável. Daqui a pouco, vão dizer que não podemos comprar chocolates com personagens infantis (como se o gosto do chocolate para uma criança fosse "apenas o gosto do chocolate").

Em seguida, obrigarão nossas crianças a ler livros com meninas beijando meninas e histórias onde Jesus era africano. Criarão aulas onde meninos aprendam a colocar camisinha em bananas com a boca, afinal a igualdade entre os sexos deve passar pelo esmagamento da privacidade suja dos preconceitos, como se a vida fosse possível sem sombras, sob o calor sufocante da luz.

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Colunistas querem reconstruir o muro de Berlin (sobre "McLanche Infeliz" de Luiz Felipe Pondé)
por Célio Ishikawa - escrito em 7/9/2009)
(mandado para listas de e-mails com cópia para alguns outros colunistas da Folha, a meu ver atingidos pelo que Pondé escreveu: Jairo Bouer, sexólogo da Folhateen, Vange Leonel, que escrevia sobre GLS na Revista da Folha)

(OBS: agora eu só acrescentaria que se os "caixotes soviéticos" forem tão bonitos como os cartões postais soviéticos, eu ia querer colecionar!)

Não gosto dos colunistas conservadores que a Folha contratou. Fico aliviado que pelo menos são apenas colunistas e não editores, pois por eles, Jairo Bouer, Rosely Sayão, Vange Leonel seriam expulsos da Folha. Isso levando em conta apenas o conservadorismo, pois se levássemos em conta o aspecto direitista, íamos ter de comentar também os editoriais e a "família" ou rede de amigos colunistas que estabeleceram com outros jornais e revistas. Mas fiquemos nos colunistas: Pereira Coutinho acha orientação sexual uma bobagem, lembro dele argumentando que é como ensinar um sapo a nadar! Já o Pondé, pela explanação de hoje (7/9/9) excluiria as dicas sobre saúde e pelo trecho "obrigarão nosssas crinças a ler livros com meninas beijando meninas" concluo que excluiria também a colunista lésbica da Revista da Folha.

Mas o que me arrepia mesmo é que eles parecem querer reconstruir o muro de Berlin! São anti-comunistas do pior tipo, ou seja, vêem comunistas até não tem. Aí eles jogam do outro lado do muro até quem não é comunista. Ferreira gullar por exemplo disse que a lei soltando doentes mentais dos hospícios foi aprovada por um congresso dominado por discursos anti-burgueses! Faça-me o favor! Desde quando só pelo fato do Lula ser presidente o congresso fica tomado de discursos anti-burgueses?

E o Pondé hoje? Protesta contra os que denunciam a publicidade infantil no McLanche Feliz, dizendo que desse jeito vai ficar: "Nada de bonequinhos, nada de brindes, apenas embalagens feias como caixotes soviéticos." Caixotes soviéticos? Como eram os caixotes soviéticos? Ele já viu algum caixote soviético?

Não quero que o colunista vá correndo à internet ver como eram os caixotes soviéticos, pois entendi muito bem o que ele quis dizer: seriam caixas de papelão puro, sem graça. Sei que ele fala em termos conceituais, ainda que esse conceito do que seriam produtos socialistas não corresponda à realidade.

Pois o muro de Berlin que eles querem reconstruir também é conceitual: do outro lado, o totalitalismo, o controle, uma dinâmica econômica tão ridícula (de anedotas de economistas) que não duraria 1 ou 5 anos. Nada disso precisa corresponder à realidade. Essa gente ficaria surpresa ao ver colecionadores de cartões postais soviéticos, ou de ver filmes como "Adeus Lênin" em que se nota que existiam produtos do outro lado, e com marcas e rótulos coloridos! Pena que "Adeus Lenin" é filme estrangeiro, pois se fosse nacional (como "Bicho de Sete Cabeças", visto e exibido pelos especialistas anti-manicomiais) eles poderiam alegar que não vão ver uma propaganda subversiva pois os cineastas fazem filmes sociológicos com dinheiro estatal e haveria uma aliança entre governistas, cineastas e especialistas contra a "pobre família" (termo usado por Pondé).

E assim vão jogando do outro lado as pes soas, até a cidadania! Segundo Pondé: "senhora horrorosa que se chama 'cidadania'. Esta senhora, que tende ao desiquilíbrio quando se faz cheia de vontades, nasceu sob o sangue da revolução francesa"!

Engraçado que a cidadania é uma mulher, uma das que oprimem os "Pais atormentados por mudanças que desqualificam seu lugar de homens"? As mães? Ele cita também, mas como "Mães esprimidas pelas obrigações advindas da emancipação de sua condição de mulher". Quer dizer: um conservadorismo estarrecedor que viu no feminismo uma perturbação da ordem da família, uma ameaça comunista. Ops, mas isso se, SE o comunismo é sinônimo de ameaça. Achar que são sinônimos é cair no truque literário deles. Que os leitores não caiam nesse truque, pois o que eles imaginam é um mundo paranóico de tramóias inexistentes. Eles desconfiam que a lei contra o fumo em São Paulo é um plano stalinista, se o governador fosse do PT eles teriam certeza!

Lembro que quando o muro de Berlin caiu, alguns diziam em uma era de reconciliações e superações das tramóias ideológicas. Tá certo que muitos diziam isso para dizer que o capitalismo era o vencedor absoluto e fim da história, o que não aprovo, mas era muito interessante e positivo a história de abandonar as tramóias. Anunciavam a globalização, a possibilidade de uma aldeia global, conferências mundiais para discutir o clima (havia otimismo na ECO-92, e não um ridículo apontamento de traços subversivos nos ecologistas). Estava no colegial e lembro até que alguns manuais de vestibular apontavam que a área de humanas ia ganhar destaque pois as pessoas veriam que após tantos avanços tecnológicos, entraria na ordem do dia a atenção ao campo social e ambiental. Agora não, segundo a Veja, a área de humanas acalenta teorias inúteis para formar professores e funcionários públicos que querem perpetuar o ciclo de reprodução da categoria!

Quem diria que teria saudades daquela época após a queda do muro de Berlin? Quem diria que agora estejam querendo reconstruir - pelo menos conceitualmente- esse muro?


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resposta de Pondé  1
(escrito em 7/9/2009 - com cópia para Jairo Bouer, Vange Leonel. Não sei se por serem colegas da Folha, nem o Jairo nem Vange participaram da troca de mensagens)

Ola Celio
Vc se enganou, não 'queremos' (seja lá o que vc quer dizer com este plural e este grupo de pessoas que vc pensa existir) reconstuir nenhum muro de Berlim. Qto a 'conservadores' que demitiriam pessoas, acho que vc se engana de novo. Primeiro pq temo seu uso da palavra 'conservador', provavelmente com ela vc queira desqualificar a discussão e sim, talvez, questionar o direito da Folha em ter colunistas com os quais vc não concorda. Abraço, obrigado, Pondé

Luiz Felipe Pondé
Colunista Ilustrada Folha de S Paulo

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resposta de Célio 1
(escrito em 8/9/2009. Continuei mandando cópia para uma lista de e-mails e para Jairo e Vange. Aliás deixava bem visível, pois achei que seria mais honesto que usar cópia oculta)

(OBS: ah, sim citei o filme "But I´m a Cheerleader", que havia assistido dentro da Puc numa sessão promovida por um coletivo de mulheres lesbicas da Puc-sp - Pondé ficaria chocado com isso não acham? A sessão foi no CACS e foi muito legal)

Olá Pondé.

Confesso que chega a ser meio engraçada a sua resposta.

Após você usar palavras como "soviéticos" e narrar como se houvesse um autoritarismo em ascenção, sou eu que desqualifico a discussão ao usar a palavra "conservadores"?

Após você reclamar tanto dos especialistas em saúde (e também da sexualidade, no caso de Pereira Coutinho), é a minha reclamação que talvez questione o direito da Folha de ter colunistas com os quais não concordo? Eu questionar esse direito fica parecendo que sou contra a liberdade de expressão e talvez me imprima uma marca autoritária do outro lado, não é mesmo?

E no final das contas, serei eu o paranóico e por isso escrevi no plural imaginando um  grupo de pessoas que eu penso existir?

Acho que não estarei enganado que quando nas escola passarem filmes como "But I´m a Cheerleader", você dirá que se tornou real o seu temor (como você disse: "obrigarão nossas crianças a ler livros didáticos com meninas beijando meninas")

Pelo jeito você é muito hábil com as palavras para formar seus argumentos, mas eu também sei de alguns desses truques.

Célio Ishikawa

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resposta de Pondé 2
(escrito em 8/9/2009. Ele reclama das minhas cópias para vários destinatários)

(E reparem como ele deslocou a discussão para a liberdade de expressão, me colocando como se eu fosse contra a liberdade dele!) 

Caro Celio
Grande esta lista de emails que vc copia, não?
Enquanto eu ainda tiver a liberdade que vc nao quer que eu tenha, vou continuar a escrever o que vc nao quer que eu escreva, abraço
Luiz Felipe Pondé
Colunista Ilustrada Folha de S Paulo


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resposta de Célio 2
(escrito em 10/9/2009)

Caro Pondé

Acha que sou contra seu direito? Então parafraseando o que você escreveu sobre a "senhora cidadania":

Esse senhor horroroso chamado "direito de expressão" que tende ao desequilíbrio quando se faz cheio de vontades, nasceu sob o sangue da revolução francesa.


OBS: Não sei o que quis dizer com as minhas cópias, mas como vi que dessa vez você não mandou cópias para seus colegas da Folha, também não o farei, se isso estiver lhe causando algum problema. Mas do lado de cá, lhe garanto que eles não incomodarão. Mas se estiver se referindo à  percussão pública, não divulgarei suas respostas se assim o desejar. Quanto às minhas respostas, não há problema se quiser mostrá-las publicamente.

Célio Ishikawa

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resposta final de Pondé
(escrito em 19/9/2009. Ele não mais argumenta mas pelo menos mantém a educação)

Obrigado caro Celio, abraço, Pondé
Luiz Felipe Pondé
Colunista Ilustrada Folha de S Paulo

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Notícia de 15/12/2010 http://www1.folha.uol.com.br/mercado/845990-cidades-dos-eua-proibem-venda-de-mc-lanche-feliz.shtml

Cidades dos EUA proíbem venda de "MC Lanche Feliz"
por Folha Online

(15/12/2010 10:54)


Mario Anzuoni/Reuters


Lanches do McDonald's com personagens do filme "Shrek"
Nada de brinquedo depois da comida. Esse é o recado que algumas prefeituras norte-americanas começam a mandar e que tem como destino preferencial o McDonald's e seu McLanche Feliz.

A cidade de San Francisco, na Califórnia, é o caso mais conhecido. No mês passado, os vereadores locais aprovaram lei que impede a venda de alimentos associada a brinquedos em casos em que a refeição não atenda certos parâmetros nutritivos. Ou seja, se um alimento supera os limites estabelecidos de gordura, açúcar e calorias, não pode vender junto um brinquedo. Em abril, a também californiana Santa Clara tomou decisão semelhante, e outras devem seguir o caminho, com o avanço da obesidade nos EUA.

O presidente-executivo do McDonald's, Jim Skinner, atacou, em entrevista ao "Financial Times", a decisão de San Francisco, que só vai entrar em vigor no final de 2011.

Para o dirigente, a nova regra "retira a decisão pessoal de famílias que são mais do que capazes de tomar suas próprias decisões".

No Brasil, a Justiça Federal negou em julho do ano passado liminar do Ministério Público Federal que queria proibir promoções do Bob's, do McDonald's e do Burger King, que dão brinquedos a quem compra lanche.

Para Marcio Schusterschitz, autor da ação, a decisão americana não deve influenciar o processo no Brasil -havia outro processo tramitando na Justiça do Estado de São Paulo, mas o STJ decidiu recentemente que o caso é de competência federal.

precisamos de ong para (nós) estudarmos e trabalharmos?

Comentando ironicamente a nota do BlueBus: "E o Huffington Post criou um
fundo para jornalismo investigativo" (notícia colada lá embaixo)

Certa vez a Puc-sp promoveu um tema "da moda": ongs e terceiro setor.
Muito otimismo e tal, mas ironizei que se precisávamos de ongs para
fazermos coisas decentes, daqui a pouco íamos precisar de ongs para
estudar e trabalhar.

"olá, poderia estar trabalhando desonestamente, mas estou aqui pedindo
ajuda para nossa ong"

"olá, vocês podem ajudar um mendigo, mas então ajudem também um
universitário a estudar"

Era uma ironia, mas quem diria, já surgiram alguns sinais: Acabaram de
criar uma ong para jornalistas investigativos trabalharem. Antigamente
eles trabalhavam nas empresas e pronto, agora pedem ajuda para sustentar o
ofício.

Se é assim, sugiro o próximo passo: criar uma ong para universitários
estudarem.

Jornalistas, universitários... de ajudar a sociedade passou-se para o lado
que pede ajuda.

Dizem que capitalismo se sustenta a si próprio (supondo para
sustentabilidade, estudantes e jornalistas decentes), outros propõe o
modelo keynesiano onde universitários decentes saem de universidades
públicas. Como os dois modelos estão recebendo críticas, talvez a saída
seja capitalismo cheio de ongs para isso e aquilo.

Para dar um passo além: dizem que a classe média em si está diminuindo.
Proponho então a nossa preservação assim como preservam o costume de
algumas tribos e comunidades, ou seja, declarando essa cultura um bem,
patrimônio da humanidade.

Já pensou que legal? A comunidade da classe média passa a ser um
patrimônio a ser preservado. Seus membros estudavam na USP ou Puc?
Subsidia-se para que esse costume seja preservado. Ao se formarem
conseguiam ser jornalistas investigativos? Dá-se um jeito para que esse
costume não desapareça.
http://www.bluebus.com.br/show/2/92314/e_o_huffington_post_criou_um_fundo_para_jornalismo_investigativo

Noticia do Blue Bus - 04/09/09

E o Huffington Post criou um fundo para jornalismo investigativo

12:00 O Huffington Post criou um fundo para produzir jornalismo investigativo. Com sede em Washington, reune reporteres e colaboradores com o objetivo de "unir a funçao de vigilância da imprensa com as melhores ferramentas das novas mídias". Declara que o fundo é uma iniciativa independente, nao partidária e financiada por filantropia. Todo o conteudo que for produzido pela redaçao estará disponível para ser republicado por qualquer um. Segundo os editores executivos Nick Penniman e Lawrence Roberts, as pressoes financeiras acabaram com o jornalismo investigativo nos jornais, revistas e TV - e a intençao é construir novas estruturas e maneiras de fazer este tipo de trabalho. Siga o twitter do Julio. 04/09 Julio Hungria

Discordando do Chico de Oliveira: neoliberalismo está morrendo

Este não é um texto sobre mídia, mas lá vai:

Assistir a Mezaros e outros intelectuais na Puc-sp ontem (24/8/9) me motivou a escrever um texto, coisa que há tempos não fazia.


Discordando do Chico de Oliveira: neoliberalismo está morrendo

Cada um tem seu jeito de analisar, e no meu caso, costumo exagerar o prognóstico de tendências que vejo (o que tem relação com quadrinhos onde há caricaturizaçã o e convivência com Ficção Científica).

E com meu método, não apenas lanço dúvidas sobre o neoliberalismo como também dou uma pincelada de dúvida até no capitalismo. Para essa análise me baseei nas "Formações Econômicas Pré-Capitalistas" , de Karl Marx.

Poi bem: tal como disse Chico de Oliveira, neoliberalismo é uma variação do liberalismo, que por sua vez é uma das doutrinas do capitalismo. Há diferença de graus, mas elas diziam que Estado na Economia atrapalha e que o capitalismo é baseado na livre iniciativa e suor dos empreendedores objetivando a produção de riquezas.

Mas com essa crise, foram os Estados que taparam com trilhões o buraco da economia, fez-se de tudo para preservar os privilégios dos maiores magnatas, a "livre iniciativa" perdeu bastante do seu sentido original de tanto que a economia é planejada para subsidiá-la (são tratadas praticamente como se fossem empresas estatais que garantem a infraestrutura das nações, como se fossem geradoras de energia tais como as hidrelétricas ou termoelétricas) e a produção de riquezas (ou sua própria existência, em forma de especulação) está sendo questionada.

Bem, estou certo que esses e outros pontos já foram levantados em outros textos, alguns dos quais indagando se haveria a volta do keynesianismo.

Chico de Oliveira leu esses textos e atesta - corretamente- que o keynesianismo não voltará. Já quanto ao neoliberalismo, a intepretação dele parece ser de que o neolberalismo não está morrendo pois quando estiver morrendo é porque estará nascendo uma alternativa socialista.

Acontece que nesse ponto eu discordo. Concordo que sob certos raciocínios filosóficos o única superação possível para o capitalismo neoliberal é uma saída libertária (não rotularei de "socialismo" em oposição ao "anarquismo" pois o livro de Mezaros sugere várias saídas de caráter descentralizador compatíveis com idéias anarquistas, e acho que essa observação deveria ser mais bem analisada por outros).

Porém, quando não é possível avançar, os poderosos simplesmente preferem dar um passo para trás. E com o passo para trás, não me refiro ao keynesianismo, é uma passada para trás maior ainda...

Aliás, muitos, incluindo Oliveira, disseram que só haveria 2 saídas, o socialismo ou barbárie. Mas eu não chamo o keynesianismo ou o neoliberalismo de barbárie, pois apesar de tudo, eles são muito bem articulados e coerentes com o que defendem (livre iniciativa, papel do Estado na economia, etc). A barbárie, excluindo o neoliberalismo, seria uma barbárie muito maior, incoerente, de valores bagunçados, a não ser um: "os fortes vencem os fracos."

Em uma palavra: vou apelidá-lo de neo-feudalismo!

E digo que esse retrocesso é possível. Marx disse em "Formações Econômicas Pré-Capitalistas" que à certa altura o sistema greco-romano começou a retroceder para o sistema de produção asiático.

Aqui uma aulinha: lembremos que do sistema greco-romano nasceram os filófosos, a república (com senadores), alguns ramos da ciência, etc. Já o sistema asiático era carregado de misticismo, como culto ao imperador-deus. Lembremos que até o final da 2° Guerra Japão ainda declarava oficialmente que seu imperador um deus.

Acontece que à certa altura Roma voltou a ter imperadores que eram deuses, mesmo com reviravoltas no campo religioso (de perseguição à adoção do cristianismo) . A tomada de decisões e cobrança de tributos passou a ser justificada como necessidade de agradar o imperador-deus, ainda que nunca fosse ser como igualzinho ao sistema asiático.

Dessa forma, retrocessos históricos existem. Um passo para trás, para ter os poderes dominantes à frente.

Sei que parece exagerado falar em volta ao feudalismo, mas vejamos bem:

No feudalismo existiam castelos e nobres, tais como em McBeth, de Skakespeare. Agora temos McDonald´s.

McBeth e McDonald´s, nada a ver? Vejamos:

- McBeth era um nobre, sua riqueza vinha simplesmente pelo título de nobreza.

- McDonald´s, na atual conjuntura, receberá ajuda se precisar simplesmente por ser McDonald´s, com seus títulos na bolsa de valores.

- Os títulos de nobreza eram concedidos num ritual meio religioso (resquícios dela ainda existem quando concedem títulos de Sir na Inglaterra), por que ajudar os nobres? Porque era uma questão de fé. Derrubaram a nobreza pois os capitalistas achavam essa justificativa irracional e defenderam um sistema menos religioso e baseado na ciência.

- Na crise atual, ajudam os magnatas e justificam apenas que é porque é necessário, porque eles são parte de um negócio muito maior que deve ser cultuado, o deus-mercado. Antes davam ao trabalho explicar a defesa dos valores da livre iniciativa, etc. Hoje dizem apenas que é necessário assim como se devia obedecer aos nobres pois a concessão de seus títulos teria tido a bênção divina. Não explicam mais os princípios do pensamento capitalista pois perdeu-se o sentido, virou a defesa de uma fé no capitalismo.

- A meu ver, isso soa tão paradoxal quanto os feudais que cometiam atrocidades nas masmorras em defesa da fé em Cristo. Ora, era obvio que torturar e matar iam contra os 10 mandamentos, mas à certa altura a defesa da fé afastou-se dos mandamentos, tal como agora a defesa do sistema afastou-se dos mandamentos do nascimentos do capitalismo.

- Quem nascia nobre era nobre até morrer. Atualmente, dizer que todos nascem iguais é um disparate até mesmo se contarmos apenas os que nascem como capitalistas (já que recebem ajuda os magnatas das Bolsas de Valores), sendo assim, o cúmulo do desrespeito à igualdade. Se amanhã acharem trabalhoso cruzar os dados de patrimômio para identificar os grandes magnatas e resolverem dar títulos de nobreza para facilitar o estabelecimento de privilégios, não fará muita diferença.

- Antes, diziam que o que os cientistas diziam não era possível pois ia contra a fé (tal como as idéias de Galilei), atualmente há os que dizem que o aquecimento global não existe por ir contra a economia! Não é misticismo?

Conclusão: A maioria dos que dizem "socialismo ou barbárie" (relembrando que é necessário prestar atenção no "socialismo" de Mezaros que propõe) se referem ao neoliberalismo como barbárie. Contudo os contornos que a crise vem tomando parecem indicar que não teremos nem a defesa dos princípios neoliberais nem a volta ao keynesianismo, e exagerando, nem a defesa dos valores sequer capitalistas. Parece ser uma barbárie inonimável, onde prevalecerá a lei do mais forte. Há um certo misticismo que não chega a ser como o sistema asiático, e difere do feudalismo pois não é concedido a indivíduos e sim a multinacionais. Apelido isso de neo-feudalismo.

sábado, 16 de maio de 2009

óculos do ex-vice dos EUA (Cheney & mulher pelada?)



A combinação poder & mídia está sempre à procura de escândalos, e Cheney (ex-vice-presidente dos EUA gestão Bush) quase apareceu como novo caso tipo Bill Clinton & Monica Lewinski ou Itamar Franco & Lilian Ramos.

Pois vejam os óculos escuros dele: não parece haver uma mulher pelada ao lado de uma cama com lençóis brancos?

Pimba, a coisa se espalhou pela internet: onde o vice tava? O vice jurou que não tava sabendo que papo era aquele, e que ele só saiu para pescar. 
Mas as pessoas ficaram imaginando algo assim:

Porém, o vice mostrou as fotos e o caso se resolveu. 
Vendo a mesma foto em alta resolução fez toda a diferença. Na foto que Cheney mostrou, tava lá a prova de que ele tava com uma vara de pescar na mão, e não com uma mulher pelada!


(um dos exemplos de quando a notícia se espalhou: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/foto-de-dick-cheney-pescando-causa-polemica-nos-estados-unidos/n1237683309308.html)
(deu um pouco de trabalho achar a foto em que finalmente a mão parece mão mesmo. consegui de http://www.shessoflyoutdoornews.com/2009/10/presidents-ex-presidents-vice.html

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Folha colocando palavras (sexo e drogas) na boca das pessoas


Abro o jornal de domingo (12/4/9) para checar a coluna do Ombudsman. Vamos ver... não, não falaram do caso da Marina Previato (SPORTV), estão falando da Dilma Roussef (PT), mas o problema é o mesmo: colocação indevida de palavras na boca das pessoas.
Vou explicar: na verdade essa é a 2° chance que dei para Folha, pois o Ombudsman devia ter falado da Marina no domingo passado (5/4/9). Não falou até agora, não vai falar mais. Então falo eu. Fui até besta de esperar que falassem nesse domingo do caso que ocorreu 12 dias atrás, mas foi bom pois o Ombudman falou que no caso da Dilma houve problema similar de apuração. (o link da Folha é restrito aos assinantes da UOL, então leiam este do vermelho.org)
Sexo, Drogas &; Marina: o problema é muito simples de entender. Mas como diria minha mãe, deve-se tomar cuidado com erros de casos pequenos pois pode-se cometê-los em casos grandes (o da Dilma envolve eleições de 2010).
No dia 30/3/9, Marina Previato ocupou mais de 1/4 da pág E2 (coluna da Monica Bergamo), com o título "Garota realidade" e tava lá: "Os atores ficarao confinados em uma casa, como se estivessem num reality show. Marina diz que usou drogas e fez sexo de verdade durante as filmagens". (O BlueBus copiou a notícia, e a verdade é que sites de conteúdos variados também espalharam dizendo "nossa, ela fez sexo diante das câmeras!")
Mas no dia seguinte, 31, com o título "Erro nosso", a mesma coluna escreve que Previato "nao usou drogas nem fez sexo diante das câmeras - como afirmou a coluna. Ela também não deu declaraçao alguma nesse sentido".
Confesso que li isso primeiro no BlueBus, pois na página do jornal tava num cantinho que eu teria passado batido. Confiram na imagem (marcado com retângulo vermelho): a correção de erro tem espaço ínfimo perto da notícia do dia anterior, em outras palavras, para os distraídos prevalesce a notícia anterior.
Pensei comigo: "Como assim? a notícia dá meia volta de 180° de repente?". No fim daquele dia mandei um e-mail para o Ombudsman:
"Gostaria de saber como de um dia para outro (do dia 30 para 31/3/9) as informações puderam ser totalmente desmentidas. Está explícito no texto do dia 30: 'Marina diz...' e no dia seguinte se desmente que ela tenha feito sexo e usado drogas. O episódio é tão estranho que não ficamos com a menor idéia de como as informações foram obtidas: afinal onde entraram o sexo e as drogas? A coluna ouviu a Marina ou outra pessoa? entre outras perguntas que acabam abalando a credibilidade do jornalismo.
No dia seguinte (1/4/9) já chegou parte da resposta:
"Obrigado pelas suas observações, que estou encaminhando aos jornalistas responsáveis pela seção para que lhe respondam diretamente. Este é um caso péssimo para o jornal, sem dúvida."
No dia 3/4/9 o Ombudsman me repassa o que a colunista respondeu:
"O leitor tem razão, é um erro tão grave que pode afetar a credibilidade de uma publicação. Por isso foi prontamente corrigido, de forma bastante clara, tanto na coluna quanto na seção 'Erramos' do jornal. A repórter conversou com a Marina Previato. Mas não sobre esse assunto, que ouviu depois de outras fontes que não tinham credibilidade suficiente para que a informação fosse publicada sem nova checagem com a Marina. E errou uma segunda vez ao creditar a declaração a ela. Agradeço a atenção."
Só então fui ver a tal seção de "Erramos" (pág A3, 31/3/9), que também passa batido para muitos. Não vou reclamar apenas do espaço pequeno (novamente marcado em retângulo vermelho), mas também do conteúdo que achei ridídulo ao não esclarecer como uma investigação jornalística dá 180° de guinada:
"As informações publicadas na nota 'Garota realidade' estavam erradas. Leia mais na coluna de Mônica Bergamo"
Aí esperei que naquele domingo (5/4/9) o caso constasse na Coluna do Ombudsman, mas não tava lá, nem na lista de tópicos onde o jornal foi mal. Assim, você que está lendo isso agora é quem está sabendo em primeira mão que a Folha pode cometer o erro de ouvir fontes não-confiáveis (e invejosas) que degrinem a imagem da pessoa e ainda por cima colocarem como se a própria pessoa tivesse dito aquilo!
Não é brincadeira não! Para o blog do João Villaverde o caso é vencedor do prêmio "Barrigada Jornalística". E olhem um dos comentários de lá:
"NUNCA O PEDIDO DE DESCULPAS É DO TAMANHO DA OFENSA. ONTEM VC TRATOU DO DIPLOMA DE JORNALISTA. O QUE SE FAZ COM UMA PESSOA QUE ESCREVEU TUDO QUE ELA ESCREVEU? QUEM SABE O TAMANHO DA OFENSA, É OFENDIDO. AO LER NA FOLHA TIVE A CERTEZA QUE A MARINA ERA UMA DESTAS MOÇAS QUE USAM SEXO PARA VENCER NA VIDA E PIOR DROGADA. NÃO VI A ERRATA. SE NÃO FOSSE PELO SEU BLOG CONTINUARIA ACHANDO QUE A ATRIZ NÃO ERA UMA ATRIZ, ERA UMA DROGADA QUALQUER."
Agora considerem o que isso causa na política e você tem o caso da Dilma, que foi o seguinte: Saiu na capa (com grande destaque) do dia 5/4/9 e a matéria ocupou as páginas A8 e A10. Antonio Roberto Espinosa - a fonte ouvida - se indignou com a manipulação das informações que ele deu, que tendiam a prejudicar a imagem de Dilma. Então escreveu uma carta, que pode ser conferida em diversos sites, como o do Nassif, da Revista Fórum, do Sindicato dos Jornalistas, etc.
Ele queria que a carta já saísse na edição seguinte (de 2°feira) e com chama da na capa, mas o jornal argumentou que a carta chegou às 21:58 e que a seção de cartas fecha às 20h. E pelo jeito pediram para resumir, de forma que saiu uma coisa menor na seção de cartas do dia 8 (4°feira) - O Ombudsman ponderou que com flexibilidade daria para ser mais rápido- e sem chamada de capa, como Espinosa queria.
Junto com a carta (na versão diminuída), foi publicada a resposta do jornal. Resumidamente: Espinosa salienta que Dilma não estava sabendo do plano de sequestrar Delfim Netto e que portanto colocar Dilma no meio era fazer uma anticampanha para prejudicá-la nas eleições de 2010. O Ombudsman reconhece que naquela capa, ao invés da foto da ficha criminal de Dilma, faria mais sentido a foto do Espinosa. A resposta do jornal: não foi afirmado que Dilma planejou o sequestro (é sutileza ou esperteza do jornalismo: tá escrito "Dilma" em letras grandes, mas tá "Grupo de Dilma" e não "Dilma")
Na carta (integral) de Espinosa, ele comenta que é normal os integrantes do grupo não saberem de todos os planos e cita que Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Na resposta da Folha, entra o X da questão: segundo a repórter Fernanda Odilla, durante a entrevista por telefone o Espinosa teria dito que Dilma era um dos cinco de um colegiado e num momento disse que "os cinco sabiam" do sequestro. Espinosa desafia a Folha a divulgar a entrevista. No jornal, internamente o Ombudsman também recomenda a divulgação. Mas a Folha responde ao Ombudsman que "Não faz sentido reproduzir novamente as declarações de Espinosa (...) Consideramos suficiente a publicação da carta do entrevistado e a nota da Redação". 
Então em algum momento das 3 horas de conversa por telefone teria sido confirmado que Dilma sabia. Espinosa nega. E não poderemos confirmar. Espinosa chama de "lamentável e preguiçoso vício da investigação" apurar coisas por telefone. O Ombudsman concorda que devido à importância, a entrevista deveria ter sido feita cara-a-cara.
Conclusão: Disseram que Marina da SPORTV fez isso e aquilo e depois "corrigiram", no caso de Espinosa também teriam colocado palavras na boca dele quanto à participação de Dilma no sequestro, porém dessa vez a Folha nega dizendo que existe esse trecho não-confirmável de "Dilma sabia". Mesmo que esse trecho da gravação exista, é melhor a Folha tomar mais cuidado no modo como ela investiga. 
Até agora tava intrigado porque um erro grande como o que fizeram com Marina não apareceu no Ombudsman, mas pensando bem, talvez a Folha esteja cometendo tantos erros de maior repercussão política que simplesmente o caso da Marina seja menor e tenha sido esquecido de colocar na lista de "onde foi mal" da semana.